quinta-feira, 25 de junho de 2009

Em nome do pai

Por Eduardo Carvalho


Foi no dia em que a bunda ia passando. Redonda, bojuda, displicente, nem aí pra ninguém. A-com-pa-nha-mos a bunda, um sem saber do outro. No giro de volta dos pescoços (e mentes) ao lugar – será? –, encontraram-se os nossos olhos. Rimos, num leve balançar de cabeças, e voltamos – já cúmplices – à realidade de notícias e outras chatices.O comparsa de tão frugal momento era o Tim. Pai de um filho que hoje tenho feito irmão. Emocionado com o que li aqui e com a nossa amizade, e pra dar as boas vindas ao seu blog, eu, que tenho pai à distância, agora corrompo os lindos versos da canção de Gil pra dizer a você que “passei muito tempo aprendendo a beijar outros homens como beijo (beijasse) meu pai”.


E você, que tem o pai presente em todo minuto, saiba que – e recorro de novo a Gil, eu que não sei escrever nem versar – “quando beijo um amigo estou certo de ser alguém como ele (o pai, um pai) é, com sua força pra me proteger, com seu carinho pra me confortar, com olhos e coração bem abertos pra me compreender”.


Então, como numa pausa de mil compassos sonhada por Paulinho, ao meu jeito fiz este arremedo de texto, lá para o infinito – ou para bem aqui, dentro da gente.Meu amigo: um beijo.

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